O Privilégio da Comunhão
Publicada em: 28/03/2010

introdução

1. Normalmente não temos tempo para cultivar amizade daqueles que não tem amigos. O mesmo pode acontecer em nosso lar, com nosso cônjuge, filhos, filhas, pais, etc. Lamentavelmente vivemos ocupados demais para ser bons amigos para os nossos amigos.

2. É o pecado que separa as pessoas, provoca rivalidades e inimizades. É comum escondermos as nossas fraquezas e apresentar-nos fortes e equilibrados, sempre alegres, tapando tristezas e sofrimentos.

3. Deixar de ser gente aparentando alegria e paz é a norma da sociedade, bem como, também é o tipo de comportamento insensato e superficial que temos em nossas igrejas, onde usamos máscaras para nos proteger.

4. Como alguém que se submete a uma cirurgia para extrair um tumor, assim também nós precisamos continuamente fazer um exame da nossa situação. Se houver algo de errado, principalmente o medo de se aproximar dos outros, devemos checar a origem do pecado e permitir que Deus o arranque pela raiz.

5. Mesmo existindo vários problemas que podem surgir nos relacionamentos com as pessoas, é preciso acreditar que ainda existe amizade verdadeira. Isto é, reafirmar o conceito bíblico de que as melhores amizades são as que têm Jesus como grande Amigo comum, que desfrutam o privilégio da comunhão

O FATO:

1. O namoro de quatro anos entre o jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves, diretor de redação de 'O Estado de S.Paulo', e Sandra Gomide, editora de Economia no mesmo jornal, terminou de forma trágica na tarde de um domingo, 20 de agosto de 2008, no Haras Setti, em Ibiúna, interior de São Paulo. Transtornado com o rompimento do relacionamento e com a notícia de que ela estava apaixonada por outra pessoa, Pimenta Neves matou Sandra com dois tiros, um nas costas e outro na cabeça. Não houve chance de defesa.

2. O publicitário Enio Mainardi, velho amigo de Pimenta Neves e um dos poucos que não se afastaram dele neste período, cedendo um apto de sua propriedade para que o jornalista ficasse escondido até terça-feira(22/08). Todavia, ao voltar para casa, Mainardi encontrou-o caído. Havia tomado trinta comprimidos de calmante, deixando um bilhete de suicida, endereçado às filhas gêmeas. Mainardi levou-o ao Hospital para ser socorrido.

3. Ao ser entrevistado pelo ocorrido, Mainardi respondeu: o Pimenta, meu amigo, não faz a figura do assassino. E ainda que ele tenha voluntariamente confessado o crime, ainda assim, para mim, não consigo enxergar-lo como sendo um assassino. Não o amigo que eu tenho há mais de quarenta anos.

4. O máximo que posso humanamente admitir é que ele cometeu um assassinato. O que não o transforma, para mim, num ?assassino?. O que mais desejo, mais do que tudo, é compreender e perdoar o ser humano que o meu amigo é.

ANÁLISE:

1. Não há como negar: todos nós necessitamos de amor e valorização, de verdadeiros amigos. Nós precisamos ser amados e respeitados porque fomos criados à imagem de Deus.

2. Isto é, nós fomos criados para uma relação harmoniosa com nós mesmos, com Deus e com o próximo. Somente qdo compreendemos o valor de uma verdadeira amizade, perdemos o medo de nos relacionar com intimidade, inclusive correr riscos para o bem-estar de nosso amigo.

3. O único que não deixa dúvidas qto o assunto é o próprio Deus. Somente o Pai de amor tem amor no tamanho que precisamos, e somente o Senhor de propósitos eternos pode nos dar significado de vida para o qual Ele nos criou.

4. Só Ele pode nos amar de forma perfeita e nos aceitar de forma completa. Ele jamais nos decepcionará, nem trairá. Ele conhece inteiramente a cada um de nós e não há o que possa esconder Dele.

5. Ao mesmo tempo, Ele abre os Seus braços para nós, perdoa-nos, sofre e chora com a gente. Por isso, não devemos ser acanhados e tímidos, ao contrário, devemos expressar nossas preocupações concretas pelo bem-estar espiritual e material de todos que nos rodeiam.

6. Destacando-se com a disposição em amar, servir, sem esperar troco, demonstrando compaixão, gentileza e sinceridade. Tendo a liberdade para dar conselhos, ensinando no que já temos de experiência, enfim, compreender e perdoar o ser humano que o meu amigo é.

APLICAÇÃO:

1. (I Ts.4:9) ? Na igreja de Tessalônica convivia os judeus e os gentios, onde havia grande imoralidade sexual por parte dos gentios que incomodava os judeus. Também havia diferentes visões políticas; nacionalidades diferentes (Gregos junto com Romanos, bárbaros, e pessoas estrangeiras).

2. Havia pessoas livres e escravos, com linguagens diferentes (grego e outros); culturas religiosas diferentes, status social diferenciados, todavia, por causa do poder do evangelho de Jesus e do Seu amor ali transbordado, os membros da igreja de Tessalônica tinham amizade, tinham seus corações amarrados como irmãos e irmãs em Cristo.

3. E o ap. Paulo declara que sobre essa comunhão, não precisaria escrever, porque os membros daquela igreja estavam praticando os ensinos dados pelo Senhor. Penso eu que um grande elogio que uma igreja pode receber é que ela mantém boa amizade com Deus, como também mantém o amor fraternal dos seus membros.

4. Basicamente todas as religiões falam de oração, devoção, jejum, amor, fazer o bem, e todas têm o seu livro sagrado. Mas a comunhão é uma prática que só a Bíblia, a Palavra de Deus proporciona exclusivamente aos salvos em Jesus.

5. Como salvos em Jesus temos comunhão com Deus, temos união com Ele, isto significa estar ligado a Ele e receber vida diretamente Dele. O Senhor nos presenteia com Sua rica e amorosa amizade. Ele cria e mantém toda boa relação de comunhão conosco.

6. E, numa sociedade que promove o isolamento, a individualidade, o cada um por si, Jesus, pelo contrário, cria comunidade, une as pessoas e as põe em família.

7. É nessa comunidade é preciso confissão, arrependimento, perdão e cuidado de uns para com os outros, tornando-se fundamental o carinho e a dedicação mútua no convívio de quem O segue de fato. Daí podemos ser nós mesmos e correr o risco de ser amados ou rejeitados por aquilo que somos, e não por aquilo que fingimos ser.

8. A partir desta experiência íntima do cuidado do Senhor, somos capacitados e convidados a cuidar do nosso próximo, a começar com os nossos entes queridos em nosso lar.

CONCLUSÃO

1. A amizade é um maravilhoso presente de Jesus para nós. E, pelo fato de que Ele é bondoso comigo, posso assim transbordar esse amor em direção ao outro ao meu redor. É no nosso dia-a-dia que temos grande chance de exercitar para com o outro o mesmo sinal de amor que nós sentimos da parte do Senhor para conosco.

2. No meu modo de pensar, quem tem amizade verdadeira aqui na IBCF, é porque tem experimentado a cada dia em seu viver a intimidade da amizade do Senhor Jesus.

3. Assim sendo, temos nos preocupado com o irmão ou irmã que nos confidenciou um problema ou lhe pediu ajuda? Temos orado por isso? Temos estendido-lhes a mão? A nossa preocupação pelo outro é momentânea ou duradoura?

3. Que Deus nos abençoe nesta tarefa e que ela seja uma demonstração do puro amor com que somos amados. Amém!

Reflexão(Pão e Vinho)

A amizade verdadeira e leal une vidas, corações e faz sorrir mesmo qdo se tem olhos embaçados de lágrimas. Faz-nos sentir menos sós, enche muitos corações que sem ela estariam solitários e que não encontrariam na vida alegria. Ela faz doer o coração qdo o amigo sofre e faz cortar a alma qdo este mesmo amigo está feliz. Amizade é poder dizer que te amo!

Por: Pr. Emerson Brasilino