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" Quem é o homem que deseja a vida, e quer longos dias para ver o bem? Guarda a tua língua do mal, e os teus l bios de falarem dolosamente. "

(Salmos 34:12,14)


EXTREMOS - A SAÚDE ESTÁ NO EQUILIBRIO


EXTREMOS - A SAÚDE ESTÁ NO EQUILIBRIO

Eis que esta foi a maldade de Sodoma, tua irmã; soberba, fartura de pão, e abundância de ociosidade teve ela e suas filhas; mas nunca esforçou a mão do pobre e do necessitado.
Ezequiel 16.49



Você já ouviu "Agua demais mata a planta" ou talvez a sentença "a diferença entre o remédio e o veneno é a dose", expressões conhecidas, facilmente compreendidas no mundo da matéria e possivelmente extrapolável para o mundo das relações humanas, mas por vezes ignoradas na expressão da espiritualidade.

Num texto de reprovação espiritual Deus confronta Israel mostrando-lhe a quem se assemelhou e a repugnante postura de quem vive nos extremos e impede o fluxo que leva ao equilíbrio. De um lado prosperidade, de outra a penúria do necessitado. Extremos que despertam a ira de Deus.

Recentemente ouvimos o novo sumo-pontífice da Igreja Católica, Papa Jorge Mario Bergoglio, chamando o cristianismo a um reposicionamento e cuidado com os extremos, percebendo que apenas fazer o bem e o mero engajamento social tornaria a Igreja numa ONG e a igreja é muito mais que ONG. No outro extremo, por conta do MPL (Movimento Passe Livre) e todos os seus desdobramentos nas manifestações de Junho muitas vozes chamaram a Igreja de ausente, simplista e covarde, por uma postura que se limita ao jargão "vamos orar" compromisso que por vezes nem se confirma na prática. Dois extremos.

Incrível como a igreja não percebeu que em meio a suas lutas contra elementos mundanos, peneirou mosquitos e engoliu camelos, como ao longo das ultimas décadas, proibiu eventos, vestes, cabelos, ritmos e tudo mais que fosse "do mundo" e mesmo assim, com egoísmo, elitismo, individualismo e o hedonismo, porque cá entre nós, nos cultos também há a busca pelo prazer, a igreja tornou-se o lugar ideal para encarnar o "espírito do mundo". Paradoxalmente num extremo manteve a forma visível que aponta para o Céu, no outro extremo, de forma não tão visível, teve um tipo de alma, que por suas prioridades e interesses, aponta para terra, e porque não dizer para o interno. Sempre nos extremos.

Ser igreja é ser parte de um organismo complexo, que "já é" mas ainda "não é", que é daqui, mas é de lá; que diz que faz, mas por vezes faz "diferente do que diz que faz". Seguidores (e imitadores) de um Jesus que justamente impressionou pela coerência de quem diz e faz, de quem abriu mão de ser, passou a não ser e agia em consonância com a plenitude, como se já fosse, alguém que no anuncio da chegada do Reino de Deus, já demonstrou submissão plena ao Rei, coerência com o Reino que iniciou mas não se concretizou na história, por isto ensinou a seguir orando "Venha o vosso Reino".

A Igreja é a comunidade do caminho. O Caminho é o meio entre os Extremos, meio por onde caminhamos ao longo da jornada terrena, por isto alguém afirmou "Cristianismo não é um lugar onde se chega mas a forma como se vai".

Algo que nos passa despercebido é que na Parábola do Semeador o Senhor Jesus ilustrou uma situação nociva a planta sufocando-a. O Espinho não foi algo ruim ou venenoso que sufocou a planta, mas o bem-estar da vida e as situações do conforto. Cabe pensar nisto, pois vivemos momentos de bem estar, relativo conforto numa nação em paz, situação que atenta contra nossa fé. Como disse um irmão "se Jesus voltar estraga tudo".

Fugir dos extremos é o nosso desafio, nem viver na "Espiritosfera" ambiente desconectado com nossas realidades, nem ser mundanos ao ponto de resolver tudo pela força de nossos braços. Preocuparmos com a alma, mas também com o corpo como veiculo daquela; expressar nossa fé com discurso e artes, mas também com uma vivencia que materializam os valores do Reino que passamos a pertencer pelos méritos de Jesus, justiça e paz. Diferente disto penderemos para um extremo, ofenderemos a Deus e poderemos inclusive ser comparados com Sodoma pela nossa indiferença e ganancia, despertando a ira de Deus. Equilibrio, a saúde espiritual também depende disto.


Robson Rene




Robson Rene é Pastor da Igreja Batista de Arthur Alvim (SP) desde 2006, Professor da Faculdade Batista de Teologia FABTEO-SP, Graduado em Engenharia Mecânica e Pós-graduado em Administração de Empresas. Bacharel em Teologia e Filosofia. Casado com Claudete Ferreira e pai de Nicholas e Sophia, seus mais complexos projetos.

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